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Hoje vou abordar um assunto delicado e que tem a ver com uma situação vivida pessoalmente, ou quase.
Fui educada na Religião Católica, segundo as leis da Igreja Católica. Fiz todas as cerimónias que eram "normais" fazerem e fui catequista.
Devo dizer que naquela altura o catolicismo era menos rigido, era muito mais fácil fazer parte daquela comunidade, precisamente porque nada se pedia. Cada um dava o que podia, como podia, quando podia. E aqui dar, não é no sentido material da palavra.
Fazíamos, a pé, diariamente, alguns kms para ir à Missa, à catequese, com a maior alegria.
Na minha modesta opinião, penso que a Igreja católica se está a fechar. Se está a isolar num circulo onde só entra quem passar por um determinado número de provas.
Vem isto a propósito da cerimónia do Crisma do meu sobrinho e em que ele convidou o meu irmão para padrinho. Ele que já foi padrinho de baptismo... não pode ser agora padrinho do Crisma, apenas porque não foi crismado.
Como explicação para a recusa, dizem que se trata de ter alguém que transmita os mesmo valores católicos. Tudo bem, mas e quando eles só estão presentes no dia e depois nunca mais se interessam? E pior, aqueles que "por fora bela viola e por dentro pão bolorento"?
Partimos de um principio que os padrinhos de batismo são escolhidos pelos pais. Eles, mais que ninguém sabem o que é melhor e quem é melhor para os seus filhos. Ninguém os ama mais do que eles.
Ser padrinho/madrinha é um acto de muita responsabilidade.
Não seria preferível ter alguém que ajude no crescimento da criança como ser humano, com respeito por si e pelos demais? E se fizer isso não estará a transmitir-lhe os valores essencias do catolicismo, a fazer a vontade de Deus? Ou é uma declaração que diz que fulano ou cicrano é baptizado, crismado, etc. e depois como ser humano não vale nada?
É nestas pequenas coisas que eu acho que a Igreja Católica vive de aparencias. Deixa de lado o que é importante e valoriza o acessório.
O crisma do Diogo foi este fim de semana. E sei o quanto o meu irmão ficou triste e desiludido por não lhe ter sido permitido estar, mais uma vez como tem estado sempre desde que o Diogo nasceu, ao lado dele.
No mesmo dia, enquanto a um cristão foi recusado estar presente, colocar a mão no ombro do seu afilhado num dia especial, um padre, desta mesma Igreja Católica, foi preso por, alegadamente, fazer parte de uma quadrilha de tráfico de armas.
Afinal em que é que ficamos??