. 6 meses de uma saudade im...
. Não está fácil... não mes...
. ...
Palavras para a Minha Mãe
Mãe, tenho pena. esperei sempre que entendesses as palavras que nunca disse e os gestos que nunca fiz. sei hoje que apenas esperei, mãe, e esperar não é suficiente.
pelas palavras que nunca disse, pelos gestos que me pediste tanto e eu nunca fui capaz de fazer, quero pedir-te desculpa, mãe, e sei que pedir desculpa não é suficiente.
às vezes, quero dizer-te tantas coisas que não consigo, a fotografia em que estou ao teu colo é a fotografia mais bonita que tenho, gosto de quando estás feliz.
lê isto: mãe, amo-te.
eu sei e tu sabes que poderei sempre fingir que não escrevi estas palavras, sim, mãe, hei-de fingir que não escrevi estas palavras, e tu hás-de fingir que não as leste, somos assim, mãe, mas eu sei e tu sabes.
José Luís Peixoto, in "A Casa, a Escuridão"
Parabéns Pai!
Hoje fazes 87 anos e é o 1º aniversário que passas longe de mim. Sinto a tua presença apenas e sei que estás sempre comigo.
Tem um dia feliz!!!
Amo-te muito!!!
Meu amado Pai,
Hoje decidi escrever-te. Para te falar de mim. Só de mim e das saudades imensas que tenho de ti.
Sabes que te amo Pai, só lamento não te ter dito mais vezes.
Espero que tu, onde estiveres, estejas bem. Que já não estejas a sofrer... Quem me dera saber... Mas sabes como eu sou egoísta, não sabes? Queria-te cá mesmo assim, a sofrer. Perdoa este meu egoísmo Pai. Mas sinto tanto a tua falta. Saber que quando chego a tua casa tu não estás lá para me receber...
Saber que nunca mais te vou fazer rir quando contava aquelas anedotas picantes, malandras e tu baixavas os teus lindos olhos azuis e sorrias. Eu era a tua filha "amalucada", devias pensar. Mas eu sabia o quanto tu precisavas de sorrir. E fazia tudo para te ver feliz. O teu sorriso iluminava o meu mundo, que agora é triste como o noite mais escura. Sinto tantas saudades tuas...
E agora, quem é que me vai mandar embora quando a tarde cai? Quem é que vai ralhar comigo por andar a conduzir de noite?
Sei que te desiludi e peço-te desculpa, Pai. Sabes que sempre fui impulsiva. Mas amo-te acima de qualquer dúvida e tu sabes.
Ontem, como sempre, fui lá visitar-te. E não gostei nada, nada mesmo digo-te já. Foi a primeira vez que lá vi a tua fotografia e foi como se me dessem um murro no estômago. Mas tu deves ter visto. Não é justo Pai. Não é justo.
E eu que tinha tanto para te contar, agora não consigo. Apenas penso na falta que me fazes, Nas saudades que aumentam a cada dia. Ás vezes penso que não vou aguentar. Ajuda-me Pai...
Por hoje fico por aqui.
Daqui até ao Céu, vai o meu amor, o meu beijinho, o meu abraço apertado.
Amo-te Pai
... que me trazem aqui.
O meu pai terminou a sua viagem terrena e é hoje mais uma estrela brilhante que, lá do alto, me guia e ilumina.
No dia 24 de Março, 2 bactérias hospitalares terminaram o que a doença ainda não tinha conseguido...
Foram 6 anos de muita luta, muitas procupações, muito desgaste, especialmente para ele. O último ano então foi indescritivel. Desde a sua entrada numa UCC, até á sua institucionalização, vivemos sempre com um peso enorme no peito.
Saber que teríamos que o "entregar" para que outras pessoas que não nós, os seus filhos, cuidassem dele. Saber que, por isso mesmo, não recebia os cuidados que merecia, e precisava... É algo que dói, que me esmaga de dor e angústia.
Amo-te muito meu Pai...
"No good did goes unpunished"
... fomos passear. Tínhamos, há algum tempo atrás, combinado "sinedia" ir com um casal amigo visitar as grutas da Serra de Aire e Candeeiros.
Acertámos agulhas e decidimos ir ontem. E em boa hora o fizemos porque o dia esteve espactacular. Saímos de Lisboa pelas 10H00 e em pouco tempo estávamos em frente das grutas de Stº António.
Até parece que é um percurso que faço habitualmente porque fui lá dar direitinha. Tivemos que esperar um pouco porque elas são "pequenas" e andava um grupo lá dentro. Os rapazes já estavam saturados de esperarem e a sra funcionária lembrou-se de lhes propor um acordo que consistia em se eles se portassem bem e, principalmente lá dentro não mexessem nas estalactites nem nas estagmites, á saída dava-lhes um prémio... Ora bem.
Eu já lá tinha estado mas já tinha sido há tanto tempo que me tinha esquecido como aquilo é lindo. A natureza no seu melhor. Autenticas esculturas que fazem inveja ao melhor escultor.
O Ruben escutava extasiado as explicações da guia. Já o Rafa tentava encontrar similaridades das estalactites ou estalagmites com situações da vida real...
Dali saímos para almoçar, não sem antes eles terem ido buscar o seu merecido prémio. Uma pequena rocha retirada das grutas com a promessa de mostrarem hoje as respectivas professoras.
Como pretendíamos visitar também as de Mira d'Aire tomámos logo essa direcção. Enquanto subíamos a serra eles deliravam com a paisagem tão típica da região. As pequenas casas de pedra onde, presumo, se guardavam os artefactos agrícolas, os muros de pedra. Á media que subíamos a visão ia sendo cada vez mais espectular. Na descida para Minde, já com uma paisagem urbana completamente diferente mas não menos bonita não era, no entanto tão apreciada, visto que a barriga deles já estava "a dar horas" e pedia-se comida... rápidamente.
Encontrar um restaurante aberto é que foi mais dificil, mas depois de alguma procura lá demos com uma churrasqueira. Depois do almoço abalámos para ver as grutas de Mira d'Aire.
E aqui sim, já se via muito mais gente. Esperámos ainda algum tempo para ver ver o vídeo de apresentação. Depois esperámos novamente para entrar nas grutas.
Bom, palavras para quê? É sempre a descer por ali abaixo quase até ao centro da terra. No final, segundo a guia, estávamos a uma profundidade correspondente a um prédio de 25 andares...
Aqui já não havia tanto cuidado (até porque seria impossivel) com tanta gente. Toda a gente tocava e mexia a seu bel prazer. Até eu...
Galerias e salas e corredores e escadas. São de facto, enormes. São também muito mais "mexidas pelo homem". Quero dizer que, enquanto as de Stº António se conservam quase como quando foram descobertas, com muito pouca alteração, estas tiveram que ser alteradas de forma a poderem ser visitas, devido á sua profundidade.
Aqui a água é uma constante e o seu agrável som ouve-se durante todo o trajecto.
Acabada a visita lanchámos ali mesmo no parque de merendas. Eles ainda tiveram tempo de ver os diversos animais que ali vivem, no parque exterior das grutas e só depois é que regressámos a Lisboa.
Todos gostámos da experiencia. Eles pediram nova visita que ficou prometida.
Nota: todas estas fotos foram retiradas de net, já que a qualidade das minhas não me permitiu a sua publicação
Pois foi muito bom. Eles estavam ansiosos por me contarem as novidades e a viagem foi passada com muita conversa. Nem demos pelo tempo passar de tão animada que foi...
O sábado foi, como é hábito para preguiçar a manhã na cama. Tomámos o pequeno-almoço e fomos ás compras. Entretando decidimos ir passear a seguir ao almoço e foi o que fizemos.
Nos arredores há uma ermida, erigida ao S. João e que se chama S. João do Deserto, porque fica "perdida" no meio na serra. Todos os anos se festeja á grande no dia 24 de Junho, mas eu só lá fui por 2 ou 3 vezes, e já lá vão muitos anos. Era um bom local para se visitar, até porque a vista de lá é de cortar a respiração.
Munidos de garrafas de água lá fomos. Eles adoraram e eu também. Deixo-vos com algumas imagens e digam lá se não é bonito:
A Ermida
Lá no alto o miradouro
Do miradouro
A paisagem a perder de vista
O tosco parque de merendas:
O, não menos tosco, palco
A caminhada
Depois fomos visitar o meu pai que estava naqueles dias. Dormia sem que nada nem ninguém o conseguisse acordar. Parecia que tinha sido picado pela mosca tsé-tsé. Ainda por lá estivemos mais de 1 h mas, como ele se mantinha num sono profundo (embora sentado, note-se), resolvemos vir embora.
Fomos apanhar nozes. Digamos que não foi muito pacifico porque os acessos estão muito dificeis e as nossas pernas ficaram com algumas marcas. Aqui estão ainda por secar. Ficarão muito mais bonitas daqui por alguns dias.
Domingo amanheceu muito nebuloso e friorento mas á medida que o dia ia crescendo a temperatura também aumentava e ficou um dia espectacular. Fomos almoçar com a Mónica que fazia anos.
No regresso passámos novamente no meu pai, que desta vez estava acordado. Fizemos umas caminhadas pelos corredores, com alguns intervalos para ele descansar. Entretanto chegou a hora de jantar e viemos embora.
Tal como se esperava eles saltitavam de excitação com tantas novidades para contar. Nem todas boas, infelizmente. O Ruben completamente entrosado no novo ano, estava muito contente com a turma. Já levou t.p.c. para fazer no fim de semana.
Tal como se esperava, o meu Rafita não começou muito bem, tendo até chorado no intervalo, o que originou uma situação que me encheu as medidas de orgulho. Um dos meninos quando o viu chorar foi gozar com ele, chamou-lhe bebé chorão, o normal, (as crianças podem ser muito cruéis). O Ruben que se apercebeu correu em defesa do irmão e "obrigou" o coleguinha pedir desculpa ao mano, "ou pedia a bem ou pedia a mal" dizia-me ele todo inchado. Mainada!!!
Espero que o Rafa se adapte rápidamente. O facto de ter vindo sem coleguinhas do ano transacto ajuda a que essa adptação seja mais dificil.